Setor de saúde bate recorde em fusões e aquisições em 2019 com grandes transações no Paraná

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O setor de saúde foi um dos protagonistas no mercado de fusões e aquisições brasileiro nos últimos anos e em 2019 bateu seu recorde. O número de transações que envolveram operadoras, hospitais, clínicas e laboratórios aumentou 67% em comparação a 2018, indo de 52 para 87 operações no último ano. Os dados são da KPMG em pesquisa realizada com 43 setores da economia brasileira.

Em 2019 não se teve apenas um grande número de transações; os valores dos negócios fechados foram bastante expressivos. A operadora São Francisco, sediada no interior de São Paulo, foi comprada pela Hapvida por R$ 5 bilhões e o Grupo Clinipam, um dos maiores operadores de saúde do Sul do Brasil, foi comprado pela NotreDame Intermédica por R$ 2,6 bilhões.

Esse movimento de consolidação deve continuar com ritmo acelerado em 2020. As operadoras de planos de saúde Hapvida e NotreDame Intermédica, que abriram capital em abril de 2018, já levantaram mais de R$ 20 bilhões desde o IPO e parte desse capital ainda está no caixa para financiar novas aquisições. Além disso, Fleury e a Rede D’Or (que estão em processo de diversificação de seus negócios) e devem continuar ativas em fusões e aquisições.

Os números do setor também ajudam a mostrar o potencial do mercado no Brasil. Hoje, cerca de 47 milhões de pessoas (25% da população brasileira) têm plano de saúde e os demais 75% são atendidos pelo SUS que sofre com superlotação e falta de médicos. Além disso, o setor privado de saúde ainda é extremamente pulverizado: o país conta com cerca de 1,2 mil operadoras de planos de saúde e odontológicos, 4,2 mil hospitais e 24,5 mil laboratórios de medicina diagnóstica. Há ainda muito espaço para consolidação.

Isso também é refletido nos altos múltiplos que as companhias de sáude estão sendo negociadas na B3. A Hapvida e a NotreDame Intermédica são as duas maiores empresas de saúde com capital aberto na bolsa brasileira e estão sendo negociadas a múltiplos EV/EBITDA de 37,2 e 29,6 vezes, respectivamente.

No Paraná, em especial, o ano de 2019 foi excelente para o mercado de fusões e aquisições no setor de saúde.

A Athena Saúde, grupo focado em soluções de saúde e controlado pelo Pátria Investimentos, anunciou em fevereiro a fusão de suas operações com o grupo Multivida de Maringá, controlador do plano Santa Rita Saúde e do Hospital Bom Samaritano.

Em outubro o Grupo Clinipam, operador de saúde com atuação no Paraná e Santa Catarina, foi comprado pela NotreDame Intermédica por R$ 2,6 bilhões. Na transação, a Clinipam foi valorada a 25 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Esse foi o maior múltiplo já fechado no setor de saúde, o que mostra a força do atual movimento de consolidação.

Dezembro foi o mês mais quente no ano. A Rede D’Or, maior grupo hospitalar privado do Brasil, marcou sua entrada no Paraná ao anunciar a compra do Hospital Santa Cruz e da operadora de planos de saúde Paraná Clínicas. As duas empresas adquiridas faturam R$ 400 milhões por ano e foram compradas por cerca de R$ 900 milhões. Além disso, a holding de serviços de saúde Hospital Care, de São Paulo, adquiriu o Hospital Pilar, de Curitiba. Os valores da aquisição não foram informados, mas a holding anunciou que está previsto um investimento de R$ 40 milhões no hospital.

A Grafin está participando ativamente desse ótimo momento que o setor de saúde vive em fusões e aquisições. Em 2019 assessoramos um importante player paranaense do setor, líder nacional em seu segmento de atuação, na venda do controle acionário para um grupo de investidores privados. A transação, que também foi fechada em dezembro, é confidencial e não podemos divulgar mais detalhes da operação; porém é mais um sinal da força do movimento de consolidação no setor de saúde que estamos passando.

Estamos bastante otimistas para 2020. A confiança nos negócios está alta e esse ano promete ser ainda melhor para fusões e aquisições, tanto para o setor de saúde quanto para os demais setores da economia brasileira.

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